Efeitos da atividade física na idade mais avançada









Um marinheiro amigo de Cristóvão Colombo, o jovem Ponce de León, ouviu uma história contada pelos índios sobre uma fonte da juventude, que dizia: quem bebesse água da tal fonte rejuvenesceria.
Um dos maiores interesses do homem tem sido o de encontrar a fonte da juventude. Certamente, nem Ponce de León descobriu essa fonte que, com seus poderes mágicos, detenha o processo de envelhecimento. Os pesquisadores que investigam as causas do envelhecimento, acreditam que tal fonte encontra-se no conhecimento mais concreto da Biologia, em nossas células e genes.

Quando o ser humano envelhece, observa-se uma série de mudanças em sua imagem externa e no seu comportamento, os cabelos tornam-se brancos e quebradiços, a pele enruga-se, a força muscular desaparece, os movimentos são mais cuidadosos, os reflexos são mais lentos, a memória torna-se falha, conseqüentemente, os contatos com outras pessoas tornam-se mais difíceis.

Não pode-se evitar o envelhecimento, no entanto, é possível exercer influência sobre o modo como se envelhece. Envelhecer não significa, necessariamente, redução da capacidade de trabalho, diminuição da atividade, entre outros. Envelhecer pode significar enriquecimento espiritual e uma vida saudável. Nosso organismo precisa, para seu desenvolvimento harmônico, de exercícios, não apenas para satisfazer a vaidade da aparência de um físico bonito mas, principalmente, para manter a saúde e prolongar a vida.

Atualmente, a Educação Física tem demonstrado a importância das atividades físicas dirigidas para o desenvolvimento orgânico, que visa o aumento de suas potencialidades e o aprimoramento do homem frente às transformações sociais, impostas por um crescimento desorganizado nas cidades e poucas opções de movimento causadas pela agitação da vida moderna. Na sociedade atual, com o rápido desenvolvimento industrial, os idosos estão sendo esquecidos, marginalizados. "Já deram tudo e não servem para mais nada" – juízo que talvez ninguém queira pronunciar.

Os anos da velhice, principalmente, aqueles do período de pós-aposentadoria, deveriam ser felizes. Mas, a plena realização de tal promessa nessa altura da vida somente vem para aqueles que são saudáveis, espertos e ativos.

Todas as criaturas vivas envelhecem. O envelhecimento é universal, declinamente progressivo e intrínseco. Perdas estruturais e funcionais estão envoltas nesse processo que relutantemente progride com o passar do tempo.

O envelhecimento é específico da espécie e controlado pela constituição genética da célula. Pode ser definido cronológica ou fisiologicamente. O envelhecimento fisiológico é a perda da capacidade de se adaptar ao seu ambiente. O pico da função fisiológica é alcançado após a idade de 30 anos, a qual declina mais rapidamente em pessoas sedentárias. Os declínios funcionais são evidentes na capacidade de trabalho, débito cardíaco, freqüência cardíaca, pressão arterial, respiração, musculatura, flexibilidade, condução nervosa, ossos etc. Em outras palavras, o envelhecimento apresenta uma série de mudanças orgânicas, psíquicas e sociais.

No entanto, as mudanças ligadas à idade não surgem do mesmo modo, nem acontecem com a mesma rapidez com todas as pessoas.

O declínio das funções fisiológicas, com a idade, é um processo complexo com variação entre pessoas. O valor da mudança depende do estilo de vida e herança genética do indivíduo.

Segundo Valdir Barbanti, professor doutor da USP, os cientistas que investigam as teorias do envelhecimento caem em duas áreas: uma denominada USO e GASTO e outra DESUSO PLANEJADO: a primeira, afirma que o DNA comete um erro durante a síntese de proteínas – o metabolismo transforma os lipídios em substâncias obsoletas e enferrujadas. Esses danos se acumulam até que o organismo se degrada. A segunda teoria assegura que o envelhecimento é de caráter genético, as duas teorias sugerem que o envelhecimento é determinado pelos genes, embora, não se descarte as influências ambientais. Por exemplo, os cientistas descobriram que o metabolismo elevado gera produtos impróprios, minúsculos "monstros" que agem discretamente no organismo, sem que se perceba. Eles são os chamados RADICAIS LIVRES. O nome faz lembrar uma tremenda banda de rock, mas essas moléculas são consideradas atualmente como as principais responsáveis pela formação dos danos cumulatórios às células e causadoras de doenças do organismo, além do envelhecimento.

Os radicais livres são fragmentos moleculares onde existe um elétron livre, ou seja, é uma molécula em desequilíbrio. Esse elétron livre vai buscar em outras moléculas um novo parceiro e, com isso, cria mais moléculas em desequilíbrio. Essa reação em cadeia, numa espécie de efeito dominó, acaba provocando a ação degenerativa das células.

Os radicais não provocariam estragos se ficassem isolados, mas não é o que ocorre. "Eles têm grande potencial de reação e podem se ligar a qualquer molécula, fazendo-a perder a função", alerta o Journal of Biomolecular, Medicine & Free Radicals.

Quanto maior a quantidade de radicais espalhados pelo corpo, maior a probabilidade de surgirem problemas de pele, coração, pulmões, entre outros. Eles atuam lentamente e pode demorar anos para que sejam detectados. Os radicais livres aceleram o envelhecimento físico, baixam a resistência e agem junto ao sistema imunológico, tornando-o suscetível às doenças.

São inúmeros os fatores que levam à produção de radicais livres: poluição, doenças infecciosas (bacterianas e viróticas), substâncias químicas, remédios, agrotóxicos, alimentação deficiente, fumo, bebidas alcoólicas, radiações nucleares ou de raio x, radiação solar não filtrada perfeitamente pela camada de ozônio e muitos outros fatores que agridem o corpo, como o estresse emocional ou físico, explica o especialista em Medicina Esportiva da Escola Paulista de Medicina, Dr. Paulo Sérgio Zogaib.

Quanto maior o metabolismo, maior a formação de radicais livres, nesse aspecto acredita-se que a atividade física pode desacelerar o processo de envelhecimento: o metabolismo é aumentado durante o exercício, mas as pessoas que estão em forma geralmente têm um menor metabolismo em repouso do que as sedentárias, salienta Valdir Barbanti.

Com isso, tenta-se mostrar que a idade não é um fator limitante para se manter ativo. É fartamente documentada na literatura médica, que a maior ameaça ao envelhecimento não é o processo de envelhecimento em si, mas a inatividade. A atividade física não tem influência sobre os mecanismos intrínsecos do envelhecimento normal, contudo, acredita-se que atividade física regular pode ser capaz de desacelerar os efeitos fisiológicos que acompanham o envelhecimento até cerca de 50%.

A atividade física é a verdadeira fonte da juventude.



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