Atendimento a domicilio gratuito no DF








Longe da realidade das longas filas de espera por atendimento e da precariedade dos hospitais do Distrito Federal, há quem receba em casa os cuidados médicos necessários para se tratar de uma doença com toda a assistência adequada. Mais de 1 mil enfermos são assistidos pelo Programa de Internação Domiciliar da Secretária de Saúde do DF, em funcionamento desde 1994. Os acamados recebem a visita de uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, dentistas e psicólogos.

Ildeu Lopes, de 76 anos, conseguiu ganhar peso depois que passou a ser atendido em casa pela equipe de profissionais de saúde - (Elio Rizzo/Esp. CB/D.A Press )
Ildeu Lopes, de 76 anos, conseguiu ganhar peso depois que passou a ser atendido em casa pela equipe de profissionais de saúde
A equipe orienta os parentes sobre higiene, alimentação e outros cuidados com o doente. Há 70 profissionais para atender a todo o DF. Cada paciente recebe quantas visitas forem necessárias por dia ou semana. Para ter direito a esse serviço, são necessárias algumas exigências, como ter um cuidador fixo da família ou amigo, apresentar estabilidade clínica, ser usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) e residir na área de abrangência da equipe.

O funcionário do programa também avalia o contexto familiar do paciente. O profissional checa se há, por exemplo, saneamento e segurança para os membros da equipe e para o próprio doente. Ildeu Lopes, 76 anos, é um dos beneficiados pelo projeto. O Correio acompanhou uma visita à casa dele. Ele sofre de câncer de intestino e está de cama há um ano. Há quatro meses recebe em casa, na Quadra 1 do Park Way, o carinho e o cuidado de cinco profissionais da área de saúde. Antes disso, passou por vários hospitais públicos e particulares. As idas e vindas aumentavam o cansaço, elevavam o risco de infecção hospitalar e deixavam o idoso carente de alimentação de qualidade.

Sentimento
Depois do atendimento domiciliar, as mudanças começam a aparecer. "Ele ganhou peso e parece mais satisfeito. Ildeu perdeu a capacidade de falar depois de um Acidente Vascular Cerebral e vinha piorando. Mas agora está melhor, graças ao carinho e à dedicação que tem recebido", afirmou a mulher dele, Antonieta Lopes, 65 anos. "Era muito complicado sair de casa com ele nos braços. Se a gente tivesse um plano de saúde, não estaríamos tão bem", acrescentou.

A gerente de Atenção Domiciliar da Secretaria de Saúde, Maria Leopoldina de Castro, explica as vantagens do procedimento diferenciado. "O cuidado domiciliar é para pacientes de média complexidade, muitas vezes crônicos. Com isso, tiramos essa pessoa do hospital mais cedo, desocupamos o leito, diminuímos o risco de infecção e sai mais barato para o governo. Além de humanizar o atendimento e manter o nível de convivência social." A primeira cidade a adotar esse sistema de assitência foi Sobradinho. Hoje, outras 10 regionais de saúde oferecem a ajuda. A do Guará, por exemplo, também a Estrutural, Lúucio Costa, Iapi, Núcleo Bandeirante e Candangolândia.

Os 60 pacientes dessa região são responsabilidade da enfermeira Ana Maria Padue, da fisioterapeuta Viviane Gusmão e das técnicas em enfermagem Scheilla Freire e Aparecida Coelho. Entre outros pacientes, elas cuidam de seu Ildeu. Checam a pressão, escutam o coração e consultam como foi a semana do idoso detalhadamente. "As meninas são anjos", elogiou Antonieta.

O trabalho, aparentemente, não traz benefícios apenas para quem está doente. Quem os atende também aprende boas lições. "O contato humano é muito maior. A gente acaba se envolvendo e se importanto profundamente com aquele ser humano, criando intimidade. No hospital comum é mais correria, não dá para conhecer o paciente tão bem assim", disse Ana Maria. "A parte do sentimento é fundamental. Com certeza é a melhor forma de trabalhar", concluiu Viviane.

CONSULTE
Confira os critérios e as regiões de abrangência do programa no site www.saude.df.gov.br, no link Internação domiciliar, no canto esquerdo da tela do computador.

O QUE DIZ A LEI
A Portaria nº 2.529 do Ministério da Saúde, de 19 de outubro de 2006, institui a internação domiciliar custeada pelo Sistema Único de Saúde. Considera-se internação domiciliar o conjunto de atividades prestadas no domicílio a pessoas clinicamente estáveis. Os serviços devem ser prestados por equipes multiprofissionais compostas, no mínimo, por médico, enfermeiro e técnico ou auxiliar de enfermagem, e de equipes matriciais de apoio, essas podem ser compartilhadas com toda a rede de serviços de saúde, composta por outros profissionais de nível superior, levando em consideração o perfil da atenção a ser prestada. Deve haver uma equipe multidisciplinar para cada 100 mil habitantes. Elas devem fazer, no mínimo, 30 internações por mês.



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