Conjunto de talheres adaptado facilita manuseio por idosos







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A designer, Raquel Beatriz Nienow, desenvolveu um conjunto de talheres especialmente adaptado para facilitar o manuseio por idosos. O trabalho de conclusão do curso de Design, da Ulbra Carazinho, teve a orientação da professora Ana Cláudia Gaicoski Pinto. Raquel queria apresentar algo relacionado à qualidade de vida das pessoas, fazer a essência do design virar realidade para auxiliar no cotidiano. "Na época do trabalho, eu percebi a dificuldade de se alimentar de uma pessoa próxima a mim e decidi que traria aquele problema para o meu trabalho e o solucionaria", comenta.


Raquel conta que o projeto começou com uma análise ergonômica dos manejos e pegas, principalmente de pessoas idosas. "Verifiquei como ocorre o processo de envelhecimento e quais as principais doenças desta faixa etária. Descobri que com o avanço da idade, a pessoa perde a sensibilidade, mobilidade e a precisão dos movimentos, fazendo com que a alimentação vire um momento frustrante", pondera, acrescentando que isso diminui a qualidade de vida. "Imagine agora: as pessoas comem pelo menos três vezes ao dia utilizando talheres; uma atividade antes prazerosa de fazer ao se sentar à mesa acaba ficando monótona se não se consegue realizar as ações necessárias sozinho. A autonomia de realizar os atos faz um dia ser mais interessante", completa.

Pesquisa de campo
Segundo a design, além de embasamento científico foi necessário ir a campo e verificar a veridicidade dos fatos. "Por isso, fui passar uma manhã no Recanto São Vicente de Paulo para ver como as senhoras se comportavam, como se movimentavam e o mais importante, como se alimentavam na hora do almoço. Percebi que boa parte delas tinha dificuldades no manejo dos talheres, porque tremiam ou o alimento caia da colher", revela.



(Talheres tem por objetivo facilitar alimentação de pessoas que tem dificuldades motoras / FOTOS: DIVULGAÇÃO)

Ao observar o almoço, Raquel percebeu que uma colher foi feita especialmente para uma senhora que não tinha muita força nas mãos e dificuldade de movimentos. "Colaboradoras do Recanto adaptaram um cabo de madeira a uma colher torcida em ângulo de 90°, fazendo com que a idosa não precisasse torcer o punho na hora de comer. Porém, neste caso, além de observar os aspectos físicos e funcionais, me deparei com um aspecto psicológico que antes não havia percebido: a senhora não queria utilizar a colher por esta ser diferente da colher das colegas; ou seja, de certo modo aquilo fazia com que ela se sentisse diferente do grupo, deixando-a desconfortável", explica.

Na prática
Depois disso, Raquel partiu para o design universal, para fazer com que o talher fosse usado não somente por idosos, mas por pessoas de todas as idades. "O processo criativo do projeto deu-se somente após a conclusão da revisão bibliográfica e das análises de produto e manejos. Decidi como requisitos obrigatórios, o uso da Ergonomia, materiais aderentes, segurança, conforto e facilidade de uso. Após utilizar várias técnicas de criação, o projeto ganhou formas, porém, ainda não estava pronto. Era preciso fazer um modelo em tamanho real para verificar se o mesmo atendia aos requisitos e solucionava o problema. Depois de alguns testes, verificou-se que o problema inicial havia sido solucionado". pondera.

Raquel conta que na renderização feita dos talheres, podem-se ver as curvas dos cabos que se aderem à mão em todas as situações cotidianas. "A faca foi criada de forma curva para amenizar o uso da força e torção do punho. A cor escolhida (cor de laranja) é utilizada como forma de inclusão da pessoa na alimentação, trazendo mais apetite". comemora.

Ao analisar os benefícios de sua criação, Raquel diz que percebe grande importância, pois ele pode trazer um convívio melhor para as pessoas, de modo em geral. "Vejamos um exemplo de almoço em família: netos e avós utilizando o mesmo modelo de talher sem ter frustrações. A alimentação em grupo é algo inevitável e muito comum de nossa cultura, churrascos em finais de semana, feijoadas, entre outras atividades, podem ser muito melhores se alguém planeja a ferramenta certa para se utilizar nessas ocasiões", exemplifica.

Ela também destaca que a autonomia para o idoso é essencial, pois muitas vezes ele pode deixar de fazer algo por simplesmente não querer incomodar o outro ou por orgulho próprio. "Algumas pessoas perdem peso por não se alimentarem corretamente, mas não é por que elas querem, é porque algo as impede de ter aquele momento que antes era fácil de efetuar. Existem vários trabalhos visando a qualidade de vida para os idosos, e acredito que isso esteja aumentando a estima desta população. Devemos projetar para todas as faixas etárias, pois também seremos parte dela um dia. Após este projeto, posso garantir a todos que trabalhar (diretamente ou indiretamente) com o bem-estar dos outros é fundamental para nosso próprio bem-estar", finaliza.

O projeto teve um bom resultado e inclusive, foi apresentado no Ergodesign 2012, realizada em Natal (RN), reunindo profissionais de diversas áreas tecnológicas que envolvam a atividade projetual, para refletir e propor melhorias das condições de trabalho e da qualidade de vida do ser humano no trabalho, em casa e no lazer.





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